Vídeo: Conceitos básicos da Biomecânica


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A análise da mecânica envolvida nos movimentos humanos designa-se por biomecânica. Trata-se da ciência que explica como e porque é que o corpo humano se move como se move. Tal inclui a interação entre o executante e o seu equipamento e ambiente. A biomecânica desempenha um papel fulcral no design que está na base da gama de equipamentos da Technogym.

Um excelente exemplo de como a biomecânica foi utilizada para oferecer conforto e funcionalidade ao utilizador é o Unica. Concebido e construído com os mesmos materiais dos equipamentos profissionais de ginásio, com design refinado e elegante, o Unica é o equipamento de fortalecimento dos músculos e aptidão física mais completo que existe. O seu design compacto permite realizar mais de 25 exercícios diferentes em apenas um metro e meio quadrado, sem que seja necessário substituir qualquer parte do equipamento. A biomecânica e o sistema "easy start" integrados, oferecem uma utilização adequada e segura do equipamento, independentemente da experiência do utilizador.

Entre a biomecânica podemos encontrar os conceitos de cinética (a análise das forças que atuam sobre o corpo) e de cinemática (a análise dos movimentos do corpo). Os cinco componentes mais importantes da biomecânica são o movimento, a força, o momento, as alavancas e o equilíbrio:

Movimento - consiste no movimento do corpo ou de um objeto através do espaço. A velocidade e a aceleração são partes essenciais do movimento.

Força - é um movimento de puxar ou de empurrar que leva a que uma pessoa ou objeto aumente ou diminua a sua velocidade, pare ou mude de direção.

Momento - é o produto de um peso e da sua velocidade quando movido.

Alavancas - os nossos braços e as nossas pernas atuam como alavancas; uma alavanca é constituída por três partes: o braço de resistência, o fulcro e o eixo de rotação.

Equilíbrio - tem a ver com estabilidade. Um dos princípios mais importantes do equilíbrio consiste no alinhamento do centro de gravidade do corpo sobre a base de apoio. Ter um bom equilíbrio é importante para praticar diversas atividades e exercícios desportivos.

Na biomecânica, cada movimento do corpo é descrito começando pela posição anatómica. A posição anatómica é quando uma pessoa está em pé, a olhar para a frente, com os braços ao longo do tronco, palmas das mãos para a frente e com os pés ligeiramente afastados nos calcanhares e os dedos dos pés a apontar para a frente. Existem três planos anatômicos ou cardinais na posição anatômica , tal como indicado abaixo.

O plano sagital ou mediano divide o corpo em dois lados (esquerdo e direito), com algumas exceções: os movimentos de flexão (diminuição do ângulo de uma articulação/flexão da articulação) e de extensão (aumento do ângulo de uma articulação/endireitamento da articulação) ocorrem no plano sagital.
A segunda divisão do corpo é o plano frontal ou coronal, que bisseta o corpo em partes frontal e traseira. Mais uma vez, existem algumas exceções: os movimentos de abdução (movimento de um membro para fora da linha central/medial do corpo) e de adução (movimento de um membro em direção à linha central/medial do corpo) ocorrem no plano frontal.
Por último, o plano transversal ou horizontal divide o corpo em partes superior e inferior. Os movimentos de rotação ocorrem no plano transversal. Já os padrões diagonais dos movimentos ocorrem quando os componentes de todos os três planos cardinais do movimento são combinados em simultâneo.

Os eixos do corpo consistem em linhas retas que se estendem pelo corpo como setas, perpendiculares entre si. Ao passo que os planos cardinais são utilizados para descrever zonas espaciais nas quais o corpo se movimenta, os eixos descrevem os principais pontos centrais/rotacionais de movimento corporal. Os três principais eixos são os seguintes:

Transversal, que se estende da esquerda para a direita através da área da cintura.

Longitudinal, que se estende ao longo do centro do corpo, desde a cabeça até aos pés.

O eixo medial, que junta as ancas e os ombros, na diagonal.

Os termos que se seguem são utilizados para descrever movimentos específicos do corpo que ocorrem no plano cardinal e ao longo dos eixos. Alguns passaram a ser utilizados na linguagem do cotidiano, sendo frequentemente utilizados nas instruções dos exercícios físicos. Assim, é útil estar familiarizado com estes termos:

Dorsiflexão - diminuição do ângulo da articulação do tornozelo

Flexão plantar - aumento do ângulo da articulação do tornozelo

Elevação - movimento de uma parte do corpo numa direção superior (em direção à cabeça)

Depressão - movimento de uma parte do corpo numa direção inferior (afastada da cabeça)

Eversão - rotação do tornozelo de forma a que a planta de um dos pés aponte na direção oposta ao outro pé

Inversão - rotação do tornozelo de forma a que a planta de um dos pés aponte na direção do outro pé

Rotação lateral - movimento de rotação, afastando-os da linha central/medial do corpo

Rotação medial - rotação de um membro em direção à linha central/medial do corpo

Pronação - rotação do antebraço de forma a que a palma da mão fique voltada para baixo quando o antebraço está fletido

Supinação - rotação do antebraço de forma a que a palma da mão fique voltada para cima quando o antebraço está fletido

Retração - movimento posterior (em direção à parte traseira do corpo) do braço no ombro

Protração - movimento anterior (em direção à parte da frente do corpo) do braço no ombro

Flexão lateral - flexão da coluna a partir da linha central/medial do corpo

Um outro conceito importante a reter na compreensão de como o corpo se movimenta é o conceito de articulação. A articulação consiste no movimento de dois ou mais ossos numa articulação. Existem três tipos de articulações no corpo mas aquela que fornece a maior amplitude de movimento e é de vital importância para a compreensão de como o corpo se movimenta é a articulação sinovial.

As articulações sinoviais são aquelas em que o osso é separado por um fluido lubrificante e pela cartilagem. Estas articulações caraterizam-se por uma amplitude de movimento relativamente ampla. Os nove elementos essenciais das articulações sinoviais são os seguintes:

Cartilagem articular
Ligamentos
Tendões
Músculos
Uma membrana sinovial
Fluido sinovial
Ossos
Uma cápsula fibrosa
Uma cavidade articular
Existem seis tipos de articulações sinoviais no corpo:

Articulação esferóide - esta é a rainha de todas as articulações. Constituída por uma esfera que se encaixa perfeitamente numa depressão de outro osso, a sua estrutura permite a movimentação de todos os eixos: flexão, extensão, abdução, adução, rotação e circundução (uma combinação de todos os outros num movimento circular). As duas articulações esferóides do corpo situam-se na anca e no ombro. A articulação da anca possui uma depressão mais profunda que oferece estabilidade mas limita a amplitude dos movimentos. Já a articulação do ombro possui uma depressão menos profunda que fornece uma maior amplitude dos movimentos mas uma estabilidade reduzida, sendo esta a razão para que o deslocamento do ombro seja uma lesão tão comum.

Articulação plana - é constituída por duas superfícies planas uma sobre a outra. Estas superfícies podem realizar movimentos de deslizamento ou de rotação. Exemplos destas articulações podem ser encontrados nos pés e nas mãos.

Articulação dobradiça - trata-se de uma articulação muito simples que permite a movimentação em apenas um eixo, visto a sua estrutura evitar a rotação. A articulação dobradiça permite os movimentos de flexão e de extensão no cotovelo, por exemplo.

Articulação em pivô - permite o movimento de rotação ao longo de um eixo: o eixo longo. É a articulação pivô que liga o osso rádio ao cotovelo, permitindo o movimento de rotação do antebraço (pronação e supinação).

Articulação elipsóide - esta articulação é muito semelhante à articulação esferóide, contudo, os seus ligamentos e a sua forma oval evitam a rotação em todos os eixos. No entanto, ainda tem capacidade para efetuar movimentos de rotação em dois eixos, permitindo os movimentos de flexão, extensão, adução e circundução nos pulsos, por exemplo.

Articulação em sela - é semelhante à articulação elipsóide mas a sua rotação encontra-se limitada pela estrutura/forma dos ossos. Um dos ossos que formam esta articulação tem a forma de sela, estando o outro osso encaixado na mesma, como um cavaleiro montado a cavalo. O osso que se encaixa sobre esta "sela" permite os movimentos de flexão, extensão, abdução, adução, circundução e de rotação muito ligeira. A articulação do polegar é um exemplo de articulação em sela.



Existe um outro tipo de articulação que permite a realização de movimentos: a articulação cartilaginosa. Nesta articulação os ossos encontram-se unidos por cartilagem hialina ou por fibrocartilagem. Estas articulações dispõem de uma amplitude limitada de movimentos, das quais são exemplos as costelas e a coluna.

O clássico impasse no que diz respeito às articulações é que o aumento da flexibilidade leva a uma diminuição da estabilidade. Quando tal ocorre como resultado do desejo de aumentar a flexibilidade para obter um melhor desempenho a nível desportivo (alongamentos, ioga), pode ser compensado, até certo ponto, através do fortalecimento dos músculos ao redor das articulações.

A ciência da biomecânica desempenha um papel primordial na melhoria do desempenho não só das pessoas, como dos equipamentos desportivos. E embora sejam necessários muitos anos para que alguém se torne num especialista em biomecânica, ter uma compreensão básica dos princípios mais comuns desta ciência pode ajudar os praticantes de exercício físico e de desporto a gerir os seus corpos de forma mais eficiente.








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